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sábado, 28 de abril de 2012

6742.- AFONSO DUARTE



AFONSO DUARTE
Poeta portugués (Ereira, Montemor-o-Velho, 1.1.1884 – Coimbra, 5.3.1958).
1884 -Nasce Afonso Duarte, a 1 de Janeiro, na aldeia da Ereira, freguesia de Verride, concelho de Montemor-o-Velho. Filho de Henrique Fernandes Duarte e D. Maria Pereira Cantante.
1896- Faz exame de instrução primária na escola de Alfarelos.
1898 - Entra para o Colégio Mondego, de Coimbra, onde permanece como aluno interno durante 3 anos.
1902- Assenta praça em Lanceiros de EI-Rei e matricula-se no Liceu de José Falcão.
1904 - Sabe-se que tinha já concluído nesta altura o seu primeiro livro de versos, Composições verdes, que não chegou a ser publicado.
1908 - Matricula-se na Universidade de Coimbra (prepararatórios para a Escola do Exército)
1909- Desiste da carreira das armas, passando a frequentar o curso de Ciências Físico-Naturais da Faculdade de Filosofia, hoje extinta.
1912 -Publica o Cancíoneíro das Pedras na Livraria Ferreira, de Lisboa, livro que reúne as poesias escritas de 1906 a 1910. Funda, com Nuno Simões, a revista Rajada.
1913- Bacharela-se em Ciências Físico- Naturais.
1914 - Publica a Tragédia do Sol-posto, Franca Amado, editor, Coimbra. É colocado como professor provisório no Liceu de Vila Real de Trás-os-Montes.
1915 - Abandona Vila Real para frequentar a Escola Normal Superior de Lisboa.
1916 - Publica a Rapsódia do Sol-nado seguida do Ritual do Amor, Renascença Portuguesa, Porto.
1917 - É nomeado professor do Liceu de Gil Vicente, de Lisboa. Mobilizado pouco depois, dá entrada na Escola de Oficiais Milicianos de Artilharia de Costa.
1918- É licenciado a seguir ao Armistício, sobrevindo-lhe então a grave doença que esteve quase a inutilizá-lo (paraplegia) e de que nunca mais se curou completamente.
1919 - Volta a exercer funções públicas como chefe de secretaria do Liceu Infanta D. Maria e professor da Escola Normal Primária de Coimbra.
1924 - Lança com João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca a revista Triptico.
1925 -Abandona o cargo de chefe de secretaria do Liceu de José Falcão, para onde transitara do Liceu Infanta D. Maria, entregando-se a partir de então, na Escola Normal, a uma experiência pedagógica absorvente, que alcançou verdadeira repercussão europeia. Publica Barros de Coimbra, edições Lumen, Coimbra.
1929 - Dá a lume Os sete poemas líricos, edições Presença, Coimbra, compilação da sua obra poética, inédita e publicada.
1932 - É colocado na situação de adido fora do serviço e compelido à aposentação.
1933 - Publica Desenhos animistas de uma criança de 7 anos, Imprensa da Universidade, Coimbra.
1936 - Publica o ciclo do Natal na literatura oral portuguesa, Biblioteca Etnográfica e Histórica Portuguesa, Barcelos.
1947 - Publica Ossadas, edição da Seara Nova, Lisboa. Poesias escritas, provavelmente, entre 1922 e 1946.
1948 - Publica Um esquema do cancioneiro popular português, também edição da Seara Nova.
1949 - Publica o Post-scriptum de um combatente, Colecção Galo, Coimbra. Escrito em Janeiro e Fevereiro de 1948, excepto as poesias «Post-scriptum de um combatente» (1917), «Coimbra» (1918), «4 de Junho de 1944», «Terra Natal (1947), «Eugénio de Castro» (1947) e a «Saudação a Pascoaes» (1949).
1950-Publica Sibila, edição do autor, Coimbra. Tanto as «trinta e cinco redondilhas fingidas» como o «Soneto verdadeiro» datam de Abril de 1950.
1952 - Publica Canto de Babilónia e Canto de morte e amor ambos edições do autor, o primeiro escrito em 1951, o segundo de Janeiro a Março de 1952.
1956 - Sai a 1.a edição da sua Obra Poética, Iniciativas Editoríais, Lisboa. É uma recolha de todos os livros de poesia já publicados e inclui o livro inédito 0 Anjo da Morte e outros poemas, coligido e completado de 1952 a 1956, embora no plano geral da obra o autor o insira antes do tríptico de redondilhas formado por Sibila, Canto de Babílónia e Canto de Morte e Amor. Acompanha a Obra Poética um apêndice biobibliográfico organizado por Carlos de Oliveira e João José Cochofel.
1956 - A 24 de Junho é-lhe prestada pública homenagem na Ereira, sua terra natal, e descerrada no Castelo de Montemor-o-Velho uma lápide com estes versos seus: Onde nasceu o Fernão Mendes Pinto? Jorge de Montemor onde nasceu? A mesma terra, o mesmo céu que eu pinto, Castelo velho, o que foi deles é meu.
1957 - 2.a edição da Obra Poética, Guimarães Editores, Lisboa, aumentada de novas poesias.
1958 - Morre em Coimbra, a 5 de Março. É sepultado no cemitério da Ereira.
1960 - Sai o volume póstumo Lápides e outros poemas (Iniciativas Editoriais, Lisboa), organizado por Carlos de Oliveira e João José Cochofel.
1974 - Publica-se esta 3.a edição, definitiva, da Obra Poética. A inclusão (não cronológica) de Lápides e outros poemas entre os livros o anjo da morte e Sibila faz-se por determinação de Afonso Duarte, que insistentemente indicou os cicios das redondilhas como fecho de toda a sua obra.




TEXTOS EN ESPAÑOL

Traducción de Roldolfo Alonso


ROMANCERO DE LAS AGUAS

Agua de lo Alto, límpida y sonora,
Al deseo del viento em um descuido,
De la vida eres fuente creadora:
Cuerpo de nubes ondeante y fluido.

Por tu pecho balsâmico de savias
Ven los montes hartura reluciente:
Se doman tierras de labor, los surcos,
Yérguese a flor la húmeda simiente.

Agua de lluvia em móvil agitarse
En los mares del aire, el firmamento:
Riego divino al que ese artista, el viento,
Da forma de escultura, del hilarse.

En nebuloso olimpo concebiste:
Y a libre corteza, seca y nuda,
Traes perdumes, el frescor celeste
De la alba arcilla mística en la Luna.

Euritmias moduladas, hechas
Con cadencias de versos diluídos:
Jofainas recortando mis sentidos
De furtivas palabras liquefactas.

Agua que el Aires frio arrastra y desencanta:
La que da vida y renueva la planta;
Agua que antiguamente fue sudor
En la roca y la flor.

ίY baya de sudor desde tu frente
En faena de vida por el monte,
Oh cavador cansado!

Respiración carnosa que después
Fue a ser lluvia y crespúsculo dorado.

Gotas de rocio,
Hermanas de las lágrimas, sois
El sudor del trabajo.

Respiración de los ríos y bosques
Y humo de mi hogar;

Y plagas de las palavras deshonestas
De pântanos y charcos a la luna;

Respiración de bocas amorosas
Y de hálitos de fuentes;
Y suavísimo aroma de las rosas...

Al lejano y fluido mirar del horizonte
Todo se casa y funde: es nube densa,
—Habitación de lágrimas suspensa.





ALEGORÍA DE LA TARDE

Recoge el día a la ciudad y los campos,
La Tarde... Y en un crepúsculo de besos,
—Que el sol lancea en la boca a mis deseos,
Las horas van muriendo con nostalgia.

Y el día recuerda — que ha llegado al fin,
Al Pintor de las Penumbras la que venga...
Y como deja lo alto en la montaña
El Sol, de Tarde, se aparta de mi.

ίLa copa de oro y pedrerías propaga
La voluptuosas, borrachas mañanas,
Del heroico gran Sol de buenos dias!

Y al recaer las horas, en Otoño,
Las cosas lloran lágrima cristalinas
Tras la tarde en cenizas, de abandono.





NOSTALGIAS DEL CORGO

Murmullo de agua en Tierras de Purinha,
La montaña en su voz me la recuerda.
Oh águas em voz quebrada: “ίtuyo, mia”!
Aroma en mi madreselva en flor.

—Sus palabras dan perfume al viento,
—Sus Ojos piden el mayor sigilo...
Soror amando em rejas de convento,
ίOh Soror de novela de Camilo!

Lejos y ausente en su perfil del Norte,
Evoco en sueño Torrres a la luna,
—ίBreñas de Corgo en corte medieval!

A Sol y Luna para amarla y servirla,
Cuando viene la ausencia —ίquién soporte!
Y son nostalgias lo que es mi hablar...



Textos extraídos de la obra POETAS PORTUGUESES Y BRASILEÑOS - DE LOS SIMBOLISTAS A LOS MODERNISTAS; organización y estúdio introductorio: José Augusto Seabra.  Buenos Aires: Instituto Camões; Editora Thesaurus, 2002.  472 p. ISBN 85-7062-323-2

Agradecemos ao Instituto Camões a autorização para a publicação dos textos, em parceria visando a divulgação da literatura de língua portuguesa em formato bilíngüe na web.




TEXTOS EM PORTUGUÊS



ROMANCEIRO DAS ÁGUAS


Água da Altura, límpida e sonora,
Aos desejos do vnto num descuido,
Tu és da vida a fonte criadora:
Corpo de nuvens ondeante e fluído.

Por teu peito balsâmico de seivas
Há nos montes fartura reluzente:
Domam-se as terras de lavoura, as leivas,
E ergue-se à flor a túmida semente.

Água da chuva em móbil revoltura
No oceano do ar, no firmamento:
Rega divina a que esse artista, o vento,
Dá forma esculturada, a tecitura.

No nebuloso olimpo concebeste:
E à crusta insenta, ressequida e nua,
Trazes perfumes, o frescor celeste
Dos alvos saibros místicos da Lua.

Euritmias moduladas, feitas
Por cadências de versos diluídos:
Bátegas recortando os meus sentidos
De furtivas palavras liquefeitas.

Água que o ar frio arrasta e desencanta:
A que dá vida, a que renova a planta;
Água que antigamente foi suor
No rochedo e na flor.

E baga do suro da tua fronte
na labuta da vida pelo monte,
Ó cavador cansado!

Respiração carnosa que ao depois
Foi ser chuva e crepúsculo doirado.

Gotas de orvalho,
Irmãzinhas das lágrimas, vós sois
O suor do trabalho.

Respiração dos rios e florestas
E fumo do meu lar;

E pragas das palavras desonestas
Dos pântanos e charcos ao luar;

Respiração de bocas amorosas
E de hálitos das fontes;
E aroma suavíssimo das rosas...

No longe e fluido olhar dos horizontes
Tudo se casa e funde: e é nuvem densa,
—Habitação de lágrimas suspensa.

         (Cancioneiro das Pedras, 1912)






ALEGORIA DA TARDE

Recolhe o dia aos campos e à cidade,
A Tarde... E num crepúsculo de beijos,
—Que o sol dlança a boca aos meus desejos,
As horas vão morrendo com saudade.

E o9 dia lembra — que é chegado ao fim,
Ao Pintor de Penumbras a que venha...
E como deixa nos altos da montanha
O Sol, a Tarde, afasta-se de mim.

Vai lone a aça de oiro e pedrarias
Das voluptuosas, bêbadas manhãs,
Do grande Soll heróico dos bons-dias!

E ao recair das horas, pelo Outono,
As coisas choram lágrimas cristãs
Sob as cinzas da tarde, ao abandono.

         (Tragédia do Sol-Posto, 1914)






SAUDADES DO CORGO

Murmúrio de água em Terra da Purinha,
Lembra a voz da montanha o meu amor.
Oh água em quebra voz “sou teu,és minha”!
Rescende em mim a madressilva em flor.

— Suas palavras dão perfume ao vento,
— Seus Olhos pedem o maior sigilo...
Sóror amando às grades de um convento,
Ó Sóror dum romance de Camilo!

De longe e ausente ao seu perfil do Norte,
Evoco em sonho as Terras do luar,
— Fragas do Corgo em medievo corte!

À Lua e ao Sol para a servir e amar,
Quando a ausência vem — quem a suporte!
As saudades são o meu falar.

         (Rapsódia do Sol-Nada, 1916)


http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/portugal/afonso_duarte.html





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